sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Breve estudo espiritual

A parábola do filho pródigo (Lucas 15) - Parte 3

Podemos, portanto, ouvir a mesma voz ouvida por Jesus no rio Jordão, confirmando minha verdadeira morada e minha verdadeira filiação. Entretanto saímos de casa, deixando os braços do Pai que nos abençoa para correr atrás de algo do qual não teremos retorno algum. Eis a grande tragédia do ser humano, tornar-mos surdos à voz que nos chama de Amados, deixando os prazeres eternos, e irmos ao encontro de satisfações momentâneas.
Do mesmo modo que Jesus foi levado ao deserto e ouviu muitas vozes nós somos protagonistas de um filme onde todos os olhares estão voltados para nós, e muitas vozes ecoam ao nosso redor, chamando e seduzindo, algumas em tom alto e estridente, outras em tom brando e convidativo. Essas vozes negam abertamente que o amor seja um dom inteiramente gratuito e que haja tal pureza sem malícia ou interesses futuros. E abandono o meu lar toda vez que deixo de ouvir a voz que me chama de Amado e sigo outras vozes que me mostra caminhos fáceis e atalhos para o amor que procuro, amor qual já possuo em casa.
Os atalhos em nossa vida são caminhos convidativos que propõem chegar ao nosso objetivo de forma mais rápida, mas nem sempre segura ou eficaz. Talvez, pagar os pedágios na estrada da nossa vida seja uma forma mais sofrida e até mais demorada para chagarmos onde queremos, mas na estrada da nossa vida estamos sujeitos a ter problemas em nosso carro e se tomarmos um atalho não teremos ajuda para consertar nosso carro, e então, ficaremos presos ali, sem presseguir no caminho da vida. É como um trecho da música "Sobre Marés e Angra" da banda Rosa de Saron que diz:
"E se eu fugir pra bem longe me encontrar
Pode ser que antes eu tropece em algum lugar
E perca minha memória"

Não é muito difícil perceber quando deixo a morada tão perto. Raiva, ressentimento, cíume, desejo de vingança, luxúria, vaidade, ganância, antagonismo, rivalidaes. Passos que guiam o caminho para uma região longíqua. E quando pensamos estar em casa, nos braços do Pai, ao olharmos e vermos alguma dessas atitudes, nos pegamos longe de casa, dando ouvidos às outras vozes.
A verdadeira voz do amor é suave e gentil, falando comigo nos lugares mais intimos do meu ser. Não é rude querendo se impor e pedindo atenção, mas é a voz de um Pai cego e cansado que já chorou muito. Uma voz que só pode ser ouvida por alguém que se deixa tocar, assim como aconteceu com Elias em 1Rs 19, 11-13

continua ...

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